É sabido
que os processos de desenvolvimento e urbanização baseados na transformação e
consumo da natureza são responsáveis diretos pela poluição e desequilíbrio dos
sistemas socioambientais do planeta Terra.
Em
Sergipe esse processo de ocupação dos espaços tem se intensificado nas últimas
décadas, devido à implantação de políticas públicas voltadas para habitação e atividades
agroindustriais, consolidando a construção de estruturas territoriais baseadas
na geração de grandes contrastes sociais e de impactos ambientais profundos,
dentre eles, destaca-se o processo de desertificação em áreas da Região
Semiárida do Estado de Sergipe.
A Região
Semiarida configura-se num espaço geográfico em que a análise dos impactos ambientais
gerados pelo desenvolvimento espacial, econômico e social, deve ser edificada
sob os pilares da integração de dados e do estudo das potencialidades e
vulnerabilidades responsáveis pelos conflitos de uso, perdas de recursos
naturais e impactos resultantes de fenômenos naturais e ação antrópica.
No contexto científico atual,
existe o consenso de que o aquecimento global está em corrente evolução e que
as atividades humanas, mais precisamente a queima de combustíveis fósseis, a
agricultura extrativista e as grandes cidades, são as suas principais causas.
No Estado de Sergipe, um
reflexo deste evidente do aquecimento global é a expansão indesejada de terras
desérticas. Essa desertificação deve-se principalmente às práticas agrícolas
que abusam da estrutura e fertilidade do solo, gerando erosão, infertilidade,
salinização e desmatamento, fatores esses que contribuem cada vez mais para a
alteração dos padrões de temperatura e precipitação.
Segundo dados das
Organizações de Alimentos e Agricultura das Nações Unidas (FAO), Meteorológica
Universal (OMU) e das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura
(UNESCO), o Estado de Sergipe encontra-se numa faixa de Risco Moderado de
desertificação, dados que evidenciam uma necessidade de ações e práticas de
sustentabilidade nessa área que envolve complexas atividades agroindustriais, populacional
e escassez de disponibilidade hídrica.
De acordo com dados da Defesa
Civil do Estado de Sergipe, entre janeiro a maio de 2012 em Sergipe 18
municípios decretaram situação de emergência por conta da “Seca”, fenômeno este
que sazonalmente ocorre e que tem por característica questões ambiental do
ponto de vista da geomorfologia e geologia do Estado de Sergipe, bem como
fatores sociais relacionados à falta de políticas públicas e que enredam toda a
discussão entre manejos agrícolas e atividades humanas relacionadas ao
aquecimento global.
CLIMA SERGIPANO
O clima, entendido como manifestação habitual da atmosfera num determinado ponto, é um dos importantes recursos naturais à disposição do homem e foi considerado matéria de interesse comum da humanidade por decisão da ONU em 1989. É um dos principais fatores responsáveis pela repartição dos animais e vegetais sobre o globo.
Para caracterizar
o clima é necessário compreender que a atmosfera é uma manta fina e gasosa que
circunda o planeta Terra, mantida pelo planeta pela força da gravidade. É a
camada responsável pelas condições de tempo e clima, é extremamente variável e
seu comportamento está sempre mudando tanto localmente e temporalmente. Os
componentes para estruturação do clima são insolação, pressão, temperatura,
massas de ar e precipitação.
Pela sua posição
latitudinal, o território sergipano é regulado pelas principais zonas de
pressão do globo: Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), que se constitui
na linha de convergência de ventos, zonas de altas pressões subtropicais do
Atlântico e do Pacífico, bem individualizadas em duas amplas células semifixas
e permanentes sobre os oceanos e zonas de baixas pressões subpolares.
O clima Tropical
(latitudes equatoriais e tropicais) predominante do Estado de Sergipe
identifica a presença de Savana Tropical com característica principal a
ocorrência de chuvas em menos de 6 (seis) meses no ano. A massa de ar característica do Estado de Sergipe é a
Equatorial Atlântica (mEa), que é caracterizada pelo clima quente e úmido.
O Estado de
Sergipe está afeito a mesma circulação atmosférica regional que gira em torno
de quatro sistemas meteorológicos (ventos Alísios de SE, CIT - Convergência
Intertropical, EC - Sistema Equatorial Central e FPA - Frente Polar Atlântico).
A interação desses sistemas com os fatores locais, posição geográfica,
continentalidade, e outros, fazem predominar na área Oeste do Estado um tipo
climático quente com características semiáridas.
Climas secos
compõem as regiões desérticas e semiáridas do mundo, onde se considera a
eficiência hídrica e a temperatura para compreender o clima. A região semiárida
do Estado de Sergipe abrange 28 municípios, abrangendo quase 40% do território
sergipano.
As principais
características das regiões semiáridas são a vegetação esparsa que deixa a
paisagem exposta e a demanda hídrica exceder a disponibilidade, que cria um
déficit hídrico permanente.
Em
Sergipe os principais fatores climáticos nessa região são:
·
Predomínio
de ar seco no sistema de alta pressão subtropical;
·
Está
localizada na retaguarda (sotavento) dos Tabuleiros Costeiros, evitando a
precipitação;
Numa visão global,
Sergipe está inserido na faixa das Estepes Semiáridas do globo, onde
predomina-se os climas tropical e subtropical quentes de latitudes médias.
Até a próxima postagem!!!
MSc. Rodrigo da Silva Menezes
Diretor Técnico e Científico - GEOSUS (Geotecnologia e Sustentabilidade)
Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente
Especialista em Didática e Metodologia do Ensino Superior
MBA em Gestão Ambiental e da Qualidade (ISO 14.001 e 9.001)
Consultor Técnico em Geotecnologias
Geografia - Licenciatura
Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente
Especialista em Didática e Metodologia do Ensino Superior
MBA em Gestão Ambiental e da Qualidade (ISO 14.001 e 9.001)
Consultor Técnico em Geotecnologias
Geografia - Licenciatura
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