quarta-feira, 8 de julho de 2015

O Uso de Geoprocessamento aplicado aos Estudos Espeleológicos

Olá Pessoal, tudo bem com vocês? Espero que sim!

Bom, hoje abordarei um tema de alta relevância para a promoção do desenvolvimento sustentável, que possui alto potencial cultural, arqueológico, econômico e social. Hoje nosso tema de discussão é o uso de Geoprocessamento aplicado em estudos espeleológicos!

Você já ouviu falar ou sabe o que significa Espeleologia? Sucintamente, Espeleologia é a ciência voltada para o estudo de cavernas, que busca conhecer a Localização, Formação Geológica, Hidrografia, entre outros aspectos ambientais dessas importantes estruturas.






Em Sergipe, a ONG “Centro da Terra” desenvolveu o projeto Expedição ao Centro da Terra, que dentre outras atividades, desenvolveu o Mapeamento de Localização das Cavernas descobertas pela equipe de Espeleologia, por meio das prospecções de campo em diversos municípios do Estado de Sergipe.
Quantidade de Cavernas identificadas no Projeto “Expedição ao Centro da Terra”.


Neste projeto contemplou-se as seguintes etapas do trabalho com geoprocessamento:
1 - Coleta de Dados (uso de aparelhos GPS)
2 – Armazenamento de Geodados (criação do Banco de Dados Georreferenciados)
3 – Uso Integrado (Integração de diferentes informações de Instituições de Referência)

Para a realização do mapeamento das cavernas do projeto Expedição ao Centro da Terra, utilizou-se as Bases de dados Geográficos das seguintes Instituições:
- Pontos Georreferenciados de Cavernas; ONG Centro da Terra, 2014.
- Dados do Atlas Digital Sobre Recursos Hídricos do Estado de Sergipe; SEMARH/SE, 2014.
- Dados do Censo Demográfico; IBGE, 2010.
- Imagens de Satélite Digital Globe; Google Earth Pro, 2015.

O ponto crucial deste trabalho foi o uso das imagens de satélite atualizadas que estão disponíveis gratuitamente no programa Google Earth Pro, integrado com as outras bases de dados utilizadas no projeto. Porém para que essas bases de dados fossem utilizadas de forma integrada, foi necessário o georreferenciamento das imagens baixadas pelo Google Earth Pro, afinal, estas imagens são disponibilizadas gratuitamente, porém não são disponibilizadas Georreferenciadas.

A integração das diversas informações sobre Localização dos pontos das cavernas, Hidrografia, Pontos de Interesse, Limites Municipais, entre outras, possibilitou um maior nível de análise do entorno das paisagens das cavernas, abordando assim, por exemplo, o nível de antropização (ocupação humana) próximo às cavernas.

Abaixo você pode visualizar um Mapa de Localização das Cavernas identificadas no município sergipano de São Domingos:


Com as atividades de integração das diferentes bases de dados, percebeu-se que há inconstâncias nas informações disponibilizadas. Por exemplo, no trabalho de campo, a equipe de espeleologia encontrou uma Caverna e de acordo com a população local, a caverna está localizada em determinado município X, enquanto que nos dados georreferenciados coletados do IBGE (Censo Demográfico 2010) indicavam o município Y.

Esse problema é recorrente também para os limites Estaduais entre Sergipe e Bahia, ficando aqui a indicação de uma revisão dos limites municipais e estaduais de Sergipe, por parte do IBGE. Afinal as cavernas têm grande potencial ambiental e turístico, implicando sobre o município “detentor” dessas cavernas a gestão ambiental das mesmas.

Porém fica aqui a indicação da importância que os Estudos de Espeleologia possuem no contexto de Estudos e Gestão de Projetos Ambientais. Além de que, é mais um caso que apresenta o Geoprocessamento como ferramenta indispensável para a realização dos trabalhos, tanto por ajudar nas rotinas de campo, com o uso de aparelhos GPS, até a elaboração de diversos tipos de análises espaciais nos entornos das cavernas.

E deixo aqui o convite, para que interessados nas áreas de Geoprocessamento e Espeleologia, desenvolvam mais trabalhos utilizando as diversas metodologias de análise que podem ser aplicadas, e que divulguem cada vez mais seus trabalhos, tendo em vista a difusão do conhecimento e o enorme potencial para tomada de decisões que estes projetos possuem.


Até a Próxima!

MSc. Rodrigo da Silva Menezes
Diretor Técnico e Científico - GEOSUS (Geotecnologia e Sustentabilidade)
Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente
Especialista em Didática e Metodologia do Ensino Superior
MBA em Gestão Ambiental e da Qualidade (ISO 14.001 e 9.001)
Consultor Técnico em Geotecnologias
Geografia - Licenciatura

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