quinta-feira, 28 de abril de 2016

Geoprocessamento e aplicações nos campos da Geografia

 “O que é Espaço Geográfico e Informação Geográfica? ”

01 – Princípios Básicos da Geografia

“A Geografia privilegia as configurações espaciais particulares de todas as espécies de fenômenos, ao menos daqueles que derivam das diferentes ordens de grandeza, às quais se referem implicitamente os geógrafos. ” (LACOSTE, 1929)

Segundo autores, o espaço geográfico pode ser definido em função de suas coordenadas, altitude, posição relativa e morfologia. Essa concepção indica que este espaço geográfico é um objeto a ser cartografado. Afinal, os termos coordenadas e posição relativa são intrinsecamente conceitos e ferramentas da cartografia.

02 – Informação Geográfica e Geoprocessamento

A noção de informação geográfica está vinculada à existência de objetos com propriedades à qual inclui-se a localização no espaço.

Modelos de Informações Geográficas são equivalentes aos modelos conceituais usados pelas pessoas para percepção de fenômenos geográficos na superfície terrestre. Formalizam que o espaço geográfico está disposto em partes, e visam analisar e comunicar os fenômenos identificados, em que os seus atributos podem ser descritos e mensurados, além do registro de suas coordenadas geográficas.

O objeto principal do geoprocessamento é fornecer ferramentas que possibilitem determinar as evoluções de fenômenos geográficos e suas morfologias ao longo do tempo. Considerando que esses fenômenos geográficos possuem relações com os mais diversos fenômenos e objetos do globo terrestre.

O Geoprocessamento tem utilidade para diversas aplicações, das quais, destacam-se:
a) Urbanas (cadastro, planejamento, ferramentas demográficas)
b) Agrícolas (agricultura de precisão, erosão de solos)
c) Geológicas (minerais, mapeamentos, petróleo)
d) Ecológicas (florestas, águas continentais)
e) Florestais (controle de desmatamento)

03 – Uso de Geoprocessamento na Geografia

Todas essas aplicações são objetos de estudo da geografia. Atualmente, por conta do uso disseminado de informações geográficas, vide aparelhos GPS, Google Maps, entre outras plataformas, a geografia passa a ter papel fundamental na geração de projetos nas mais diversas áreas do conhecimento.

Cabe ressaltar que ainda no Brasil temos um número insuficiente de profissionais analistas em geoprocessamento que são geógrafos por formação. É preciso disseminar ainda mais entre os profissionais da geografia as diversas possibilidades das ferramentas de geoprocessamento nas suas rotinas de trabalho. Seja este profissional da área de projetos e pesquisas ou da área educacional.

O Geoprocessamento tem uma relação especial com a geografia, assim como tem com outras disciplinas que lidam com a superfície terrestre, incluindo a Geodésia, Planejamento, entre outras. Porém, de acordo com LONGLEY, 2013:

“Os caminhos pelos quais o Geoprocessamento representa a superfície terrestre, fornece algumas pessoas fenômenos e perspectivas às custas de outros. (...) O Geoprocessamento força o conhecimento em formas que provavelmente refletem a visão da maioria ou a visão oficial de governos, e, como resultado, marginalizam a opinião das minorias ou dos menos poderosos. “

REFLEXÃO: A TECNOLOGIA PODE PARECER NEUTRA, MAS SEMPRE É UTILIZADA NUM CONTEXTO SOCIAL.

E a exemplo do que falava Yves Lacoste em 1929 na sua obra “A Geografia serve em primeiro lugar para fazer a guerra” (fica a dica de leitura!), em que a Geografia servia àquela época para o poder na ideia de gerar conhecimentos sobres diversos territórios, e atualmente, quase 100 anos depois, pode-se afirmar que o Geoprocessamento, assim como a Geografia, é uma ferramenta nas mãos dos já mais poderosos, sendo visto como um recurso que mantém o status quo em termos das estruturas de poder.

04 – A Neogeografia

Nos últimos anos, tem se popularizado o termo Neogeografia para descrever o desenvolvimento da tecnologia de mapeamento na WEB e de infraestruturas de dados espaciais que tem reforçado muito nossas habilidades em construir, compartilhar e interagir com a informação geográfica. Porém isto traz um desafio no que tange às ferramentas de geoprocessamento serem utilizadas de modo eficiente, eficaz e seguro.

Este é um novo conceito e os profissionais da geografia devem debruçar-se com maior ênfase para discutir avanços e possibilidades. Que essa Neogeografia não fique atrelada apenas ao desenvolvimento de tecnologias, mas que seja ferramenta de análise nos campos sociais, políticos, econômicos, ambientais, culturais e éticos.

Até a Próxima!!!

MSc. Rodrigo da Silva Menezes
Diretor Técnico e Científico - GEOSUS (Geotecnologia e Sustentabilidade)
Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente
Especialista em Didática e Metodologia do Ensino Superior
MBA em Gestão Ambiental e da Qualidade (ISO 14.001 e 9.001)
Consultor Técnico em Geotecnologias
Geografia - Licenciatura



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