quarta-feira, 5 de agosto de 2015

História da Cartografia (Parte 02) - Era das Descobertas e Viagens

Dando continuidade às postagens intituladas “Introdução sobre Cartografia”, apresentamos o capítulo sobre os Mapas da Era das Descobertas e Viagens.

É sabido que, “a Cartografia é a expressão de um olhar descritivo, uma modalidade distinta de narrativa. Os mapas são veículos de informações sobre os elementos de uma área, assim como de localização, orientação e avaliação de distâncias.”

Na Era das Descobertas e Viagens o olhar cartográfico estava correlacionado ao olhar construído com base nas Navegações Marítimas dos povos europeus. Na época das navegações, as cartas náuticas desempenharam importante papel, pois serviram de guias para alcançar o ‘Novo Mundo’.

O Atlas Catalão, por exemplo, retrata um mundo inabitado em 1375, em que trechos entre Portugal e China são mapeados junto a criaturas bizarras e terras místicas. Contudo, 200 anos depois, Gerard Mercator representa em ‘Nova Descrição da Terra’ o mundo como nós conhecemos atualmente.

Exploradores Europeus, Otomanos e Chineses começaram a viajar para lugares além de seus reinos, tornando o uso de mapas necessários para ajudar na orientação e, em seguida, para apresentar as novas descobertas, uma vez que eles reivindicavam o direito de posse sobre as novas terras.

Este foi um período em que, apesar dos avanços na ciência cartográfica, os mapas apresentavam grandes distorções de representação da realidade. Juan de la Cosa produziu o primeiro mapa das expedições de Colombo nas Américas, utilizando duas escalas de mapeamento completamente diferentes para representar o Velho e o Novo Mundo.



Neste período histórico, os planisférios e mapas-mundi tinham também a função ampliar a visão e o conhecimento do mundo. Assim, no mapa-mundi de Martin Waldseemuller, datado de 1507, encontra-se o desenho do mundo sob a forma de continentes entre dois mares (nesta carta é assinalado, pela primeira vez, o nome América para designar o continente do ‘Novo Mundo’).


O que une a maioria dos mapas desta época é o desejo de utilizar novos métodos científicos para mensurar e representar o espaço geográfico. Na Europa, o legado de Ptolomeu levou cartógrafos a utilizarem projeções de mapas geométricos e métodos de pesquisa regional, abandonado o uso de Teologia nos mapas e ajudando os conquistadores a defender seus novos territórios.

Outra realização da época foi no início do séc. XVI, onde Leonardo da Vinci criou o mapa de Ímola e os Astecas criaram o mapa de Tenochitlan, que captura a geometria urbana das cidades do Império Asteca (mapas esses construídos antes da destruição do império). Foi o período em que os mapas comunicavam novos mundos e novas ideias, tempo este também, que simboliza o início do uso de mapas empunhando políticas militares e econômicas.


Até a Próxima!!!

MSc. Rodrigo da Silva Menezes
Diretor Técnico e Científico - GEOSUS (Geotecnologia e Sustentabilidade)
Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente
Especialista em Didática e Metodologia do Ensino Superior
MBA em Gestão Ambiental e da Qualidade (ISO 14.001 e 9.001)
Consultor Técnico em Geotecnologias
Geografia - Licenciatura

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