O século XIX foi responsável pelo
surgimento dos Mapas Temáticos, particularmente no mundo ocidental, e é nesta
época também que novos modos de captura e representação de informações
estatísticas são combinados com mapas, criando uma nova e poderosa ferramenta
de análise sobre diversos fenômenos, em particular, os de cunho social.
A criação em diversos países de
Censos Estatísticos Nacionais contribuiu para que cartógrafos desenvolvessem
grande diversidade de mapeamentos, abordando características sociais que
evidenciaram pobreza, saúde, doenças, religião e, até mesmo, escravidão. Com o surgimento
de novas técnicas de desenho e distribuição, os mapas alcançam cada vez mais um
número maior de interessados.
Técnicas como a Litografia (tipo
de impressão), possibilitou a geração de mapas coloridos além de possibilitar
tempo e custos reduzidos dos mapas em relação aos antigos métodos de impressão,
contribuindo decididamente para uma maior popularização dos mapas.
MAPAS E MUDANÇAS SOCIAIS
Ao mesmo tempo, os mapas passam a
ser usados por diversos governos e instituições de pesquisa para a promoção de
políticas públicas voltadas para a engenharia social. Em 1815, William Smith
cria o primeiro Mapa de geologia do Reino Unido, Ino Tadataka mapeou toda a linha
de costa do Japão para a ditadura feudal Shogunesa. Nos EUA, foram produzidos
diversos mapas que foram utilizados pela Congresso para "facilitar" a
realocação de tribos indígenas, por exemplo.
Durante este período, a tradição
cartográfica europeia ainda utilizou mapas que representavam os valores da cultura
e religião ocidentais ao redor do mundo, especialmente em localidades no
continente africano. Alguns desses mapas presumem-se reivindicar que as pessoas
do território africano não possuem "direitos naturais", evidenciando
ainda mais a visão escravocrata de diversas populações europeias.
Porém, ao mesmo tempo em que
alguns cartógrafos apresentam e impõem suas visões de mundo a partir de mapas,
outros estão voltados para agendas mais progressivas, a exemplo de Edwin
Hergesheimer, provendo dados que apresentam a escravidão no território dos EUA
no ano de 1860, e que foi adotado pelo então presidente Abraham Lincoln na
campanha de abolição da escravidão durante a Guerra Civil Americana (1861 -
65).
No século XIX, políticas sociais
influenciaram a cartografia temática e o grande exemplar de referência foi o
mapa de John Snow que apresenta a epidemia de cólera na cidade de Londres em
1854, descobrindo que a verdadeira extensão da pobreza era bem maior do que se
imaginava. O mapa indica a localização dos casos de óbito por cólera e os poços
de água que abasteciam a cidade (uma das formas de transmissão dessa doença é
por meio da ingestão de água contaminada). Por conta dessa análise espacial,
foi reduzido drasticamente os casos de óbito por cólera em Londres.
Em lugares com a Índia e Coreia,
nesta época os mapas ainda celebravam temas voltados ao misticismo e temas
religiosos, coexistindo com os mapas de cunho científico.
Até a Próxima!!!
MSc. Rodrigo da Silva Menezes
Diretor Técnico e Científico - GEOSUS (Geotecnologia e Sustentabilidade)
Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente
Especialista em Didática e Metodologia do Ensino Superior
MBA em Gestão Ambiental e da Qualidade (ISO 14.001 e 9.001)
Consultor Técnico em Geotecnologias
Geografia - Licenciatura
Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente
Especialista em Didática e Metodologia do Ensino Superior
MBA em Gestão Ambiental e da Qualidade (ISO 14.001 e 9.001)
Consultor Técnico em Geotecnologias
Geografia - Licenciatura
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