segunda-feira, 31 de julho de 2017

Canal GEOSUS - Youtube

Olá, Tudo bem?

O GEOSUS Blog, apresenta esta nova ferramenta de comunicação entre seus colaboradores.

Em seu primeiro vídeo, uma aula sobre Cartografia para Geoprocessamento.

Acessem, assistam e compartilhem em suas redes sociais!


Até a Próxima!

MSc. Rodrigo da Silva Menezes
Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente
Especialista em Didática e Metodologia do Ensino Superior
MBA em Gestão Ambiental e da Qualidade (ISO 14.001 e 9.001)
Consultor Técnico em Geotecnologias
Geografia - Licenciatura

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Um Olhar geográfico sobre a cidade - A violência em Aracaju: Espacialização das ocorrências policias entre 2010 a 2015 por bairros.

No Brasil o aumento da violência vem sendo atribuído a um grande conjunto de fatores, dentre os quais se destacam a desigualdade social, a desagregação social, a corrupção de valores morais, a omissão e a impunidade. Esse conjunto de fatores, aliado a muitos outros, especialmente no espaço urbano, reflete desrespeito à legislação vigente, aos sistemas executivo, legislativo e judiciário e, em última análise aos direitos humanos em todas as suas esferas. A relação entre violência e espaço urbano precisam ser estudadas, buscando os fatores que favorecem, ou inibem as ações violentas.

A cidade de Aracaju tem se destacado ao longo dos últimos anos pela violência institucionalizada nas mais diversas esferas de sua comunidade.  Percebe-se que a violência está cada vez mais presente na vida do cidadão aracajuano, que tem sentido o impacto dos mais diversos tipos de violência cotidianamente.

Dados e estudos apontam por exemplo, que o Estado de Sergipe é um dos estados do país que proporcionalmente tem o maior número de casos de homicídios (relação de casos de homicídio por 100 mil habitantes). De acordo com informações da Secretaria de Segurança Pública do Estado de Sergipe (SSP/SE), em diversos bairros da capital no período de 2010 a 2015, registrou-se mais de 50 homicídios, que dá uma média de 10 homicídios por ano em cada bairro. São realmente números que demonstram uma violência institucionalizada, não só em relação aos casos de homicídios, que é a forma mais cruel da violência, como também nos casos de roubo, furtos, ameaças e vias de fato.

Outro ponto a se destacar é a relação entre os casos de violência e a sua ocorrência espacial. Ao localizar os casos de violência percebe-se uma relação muito próxima com algumas características espaciais da cidade. Por exemplo, os bairros que apresentam maiores índices de roubos e furtos é o Centro, Jardins e Treze de Julho; e isso tem uma relação direta por ser nestes bairros onde estão localizadas as maiores concentrações de estabelecimentos comerciais da cidade. 

Outro exemplo é a relação dos casos de homicídios com espaços que são desprovidos de equipamentos públicos voltados a educação, planejamento e lazer. Percebe-se um maior índice de homicídios no bairro Santa Maria, este que é caracterizado como um dos bairros mais pobres da capital, e que evidencia a relação direta entre casos de violência e localidades com maiores índices de pobreza. A seguir é apresentado os casos de homicídios por bairros na capital sergipana.

Neste mapa percebe-se claramente o bairro que mais registrou o tipo de ocorrência homicídio. Este bairro é o Santa Maria, caracterizado por ser um bairro desprovido de planejamento urbano, em que o ambiente vivido pelos seus habitantes é de constante insegurança. Além disso, neste bairro encontra-se uma grande parte da população que vivem em habitações subnormais na capital sergipana. Por conta disso pode-se inferir que há uma relação direta entre os casos de violência e a segregação sócioespacial na cidade. 

Mapa de Homicídios em Aracaju (2010 a 2015)

Porém cabe destacar que em locais da cidade onde se encontra um mínimo de equipamentos públicos voltados ao planejamento urbano, como são os bairros Pereira Lobo, Grageru e Inácio Barbosa, registra-se um número bem menor de ocorrências em relação a homicídios. No geral, a cidade de Aracaju apresentou no período de 2010 a 2015 um número elevado de homicídios, mas percebe-se claramente que este é um fenômeno que não ocorreu em todas as zonas da cidade, evidenciando o fato de que localidades desprovidas de equipamentos urbanos e com uma população de baixa renda apresentaram os maiores índices de homicídios, como é o caso dos bairros Santa Maria, Santos Dumont e Cidade Nova.

Os dados coletados, contudo, não foram apenas relacionados aos casos de homicídios. Foram mapeados também os casos de roubos e furtos na capital sergipana para o mesmo período de 2010 a 2015. E quando se analisa as informações, percebe que há o mesmo tipo de interação entre os casos de violência e as diversas características espaciais da cidade.

Por exemplo, os casos de roubo nos bairros aracajuanos evidenciam uma concentração desse tipo de ocorrência nos bairros onde estão localizados o maior número de equipamentos urbanos voltados ao comércio e ao turismo. Bairros como Centro, Siqueira Campos, Atalaia, Jardins e Treze de Julho registraram os maiores índices de roubos na cidade e isso pode ser explicado justamente por ser nesses bairros onde estão concentrados os mais diversos tipos de estabelecimentos voltados ao comércio. Isso pode ser explicado, porque onde há concentração de comércio existe exponencialmente uma maior concentração de pessoas e transeuntes, fato que contribui significativamente para um maior número de casos de roubo. 

Aqui cabe destacar que o bairro Farolândia, também caracterizado por ser um bairro com uma oferta grande de comércio, apresentou número elevado nos casos de ocorrência de roubo.

Mapa de Roubos em Aracaju (2010 a 2015)

O mesmo pode ser destacado para os casos de furto, que apresentam também concentração de ocorrência desses bairros em que se concentram os estabelecimentos voltados ao comércio, e no caso do bairro Atalaia, voltado para o turismo, evidenciando também que os casos de furto ocorrem com pessoas que visitam a cidade, e acabam vítimas desse tipo de violência.

Mapa de Furtos em Aracaju (2010 a 2015)

Vale destacar que o crescimento da onda de violência que atinge atualmente a capital sergipana está vinculada às suas características sócioespaciais, e cabe ao poder público delimitar estratégias de combate à criminalidade por meio de ações educativas inteligentes. Não se combate a cultura de violência com o uso de mais violência!

O caminho indicado aqui é conhecer para modificar, compreendendo em quais bairros se tem as maiores taxas de de ocorrências, podem-se traçar possíveis caminhos de enfrentamento a este problema social, que passa por tópicos como planejamento urbano, valorização profissional de policiais, oferta de educação transformadora, geração de emprego e renda, construção de espaços de lazer, entre tantas outras possibilidades...

Fica aqui o convite para discutirmos de forma mais aprofundada esta questão que atinge a vida de todos os cidadãos não só de Aracaju, mas da maioria das cidades em nosso país.

Até a Próxima!

MSc. Rodrigo da Silva Menezes
Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente
Especialista em Didática e Metodologia do Ensino Superior
MBA em Gestão Ambiental e da Qualidade (ISO 14.001 e 9.001)
Consultor Técnico em Geotecnologias
Geografia - Licenciatura

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Desafios no uso de Geotecnologias em sala de aula.

O tema abordado aqui é de grande relevância, principalmente para os professores de geografia que no dia-a-dia de sala de aula se deparam com dois grandes desafios, que são:

1 - Como fazer com que a Geografia de sala de aula se traduza num conhecimento interessante.
2 - Como apresentar aos alunos uma Geografia do cotidiano.

Atualmente os professores de Geografia possuem instrumentos capazes de ajudar nesta árdua tarefa; e por mais que ainda exista um grande distanciamento, as Geotecnologias estão disponíveis em diversas plataformas livres e podemos utilizá-las no processo de ensino-aprendizagem de forma a auxiliar o trabalho e desenvolvimento intelectual dos alunos, tanto em sala de aula, como em atividades de trabalho de campo.

Para tanto, precisa-se ultrapassar a barreira do medo do desconhecimento das novas tecnologias, a exemplo do Sensoriamento Remoto (não tão novo assim!), GPS, SIG´s, entre outras; o professor de Geografia do século XXI precisa utilizar as geotecnologias a seu favor no processo de ensino-aprendizagem.

A partir do uso orientado de geotecnologias pode-se facilitar a aprendizagem nas rotinas escolares, aproximar os conteúdos do currículo escolar à realidade de vivência dos alunos e produzir ótimos resultados na compreensão das categorias geográficas, a saber: Espaço, Região, Território, Paisagem e Lugar.

Necessidade de Planejamento no uso de Geotecnologias em sala de aula.

Primeiramente cabe indicar que o planejamento é a organização de todo trabalho escolar. É desenvolvido a partir da ação do professor e visa o alcance de objetivos de ensino e aprendizagem em sala de aula. É no planejamento da aula que o professor de Geografia prevê atividades que tenham ligação com o assunto a ser abordado em sala de aula, as estratégias de ensino (recursos didáticos) e as formas de avaliação dos conteúdos repassados.

É fato que existem diversos fatores associados ao processo de ensino-aprendizagem. As novas tecnologias têm imposto uma mudança na forma do homem pensar e ser/estar no mundo, em outras palavras, significa que no âmbito do ensino, o processo de aprendizagem e os conteúdos de geografia devem estar relacionados com as práticas voltadas à cidadania, respeito ao meio ambiente e uso das diferentes plataformas tecnológicas.

Essas mudanças nos estilos de ensino e aprendizagem em geografia são os maiores desafios constatados nas escolas. A falta de um diálogo mais próximo entre professores, alunos e novas tecnologias é uma situação recorrente nas mais variadas salas de aula pelo Brasil afora, e cabe ao professor, intermediador desse processo, perceber que cada vez mais, os alunos enfatizarão novas formas de abordagens.

Exemplos de boas metodologias de ensino com o uso de Geotecnologias.

As metodologias de ensino baseadas no uso de Geotecnologias como instrumento precisam ter como objetivo desenvolver a observação sistemática do espaço, a capacidade descritiva (selecionar, ordenar e organizar informações) e por fim, registrar as observações.

Essas metodologias exercitam a criatividade do aluno e possibilita:
“(...) a verbalização ou produção textual, elaboração de desenhos, croquis, maquetes ou montagem de fotos e figuras. Abre espaços para que o aluno ou o grupo estabeleça opiniões e faça uma apreciação crítica, para a problematização de fenômenos observados, para estabelecimento de hipóteses e para encaminhamento à investigação. É, portanto, um recurso de múltiplas possibilidades de abordagem (temática e interdisciplinar) e de múltiplas perspectivas de exploração no processo de aprendizagem” GELPI; SCHAFFER (2003).

A análise dinâmica espaço-temporal sobre Relevo, Hidrografia, Vegetação, Processos de Urbanização é um ótimo exemplo para elencar metodologias de ensino com uso de Geotecnologias na sala de aula. Possibilita aos alunos a investigação sobre as mudanças do espaço geográfico analisado, bem como os processos responsáveis por essas mudanças.

A elaboração de mapas temáticos é uma outra metodologia interessante em sala de aula. Possibilita não apenas a análise da dinâmica espaço-temporal (de preferência do entorno da escola), como também trabalhar com temas de cartografia sistemática, a exemplo da inserção de legenda, escalas, sistemas de coordenadas e de orientação (norte geográfico).

O uso de GPS para aquisição de coordenadas e a inserção dos dados na imagem de satélite base dos estudos, além de auxílio no trabalho de campo é uma ótima ferramenta.

Utilizar plataformas livres é essencial para que o professor desenvolva práticas de ensino de forma mais rápida e inteligente, afinal programas como o Google Earth e Quantum GIS oferecem uma grande diversidade de ferramentas que auxiliam o processo de aprendizagem, além de possibilitar o contato dos alunos com as mais avançadas ferramentas de geoprocessamento disponíveis gratuitamente, sem a necessidade da compra de licenças de uso.

Concluindo...

A pergunta que baliza as discussões sobre o uso de Geotecnologias em sala de aula é:

"O que as Geotecnologias podem acrescentar no processo de ensino-aprendizagem geográfica?"

As Geotecnologias possibilitam compreender e intervir na realidade social, entender as diferentes formas de interação entre as sociedades e a natureza na construção do espaço geográfico e as singularidades dos lugares. Além de facilitar o entendimento sobre as múltiplas relações de um lugar com outros e a percepção do desenvolvimento humano no espaço e no tempo.

Referências Bibliográficas:

GELPI, Adriana; SCHAFFER, Neiva Otero. Guia de Percurso Urbano. In.: Geografia em sala de aula: práticas  e reflexões / org.: Antonio Carlos Castrogiovanni (et al.) – 4° Ed. – Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2003.

Projeto #GEOnaEscola – Mundo Geo. http://mundogeo.com/blog/2016/04/15/geonaescola/



MSc. Rodrigo da Silva Menezes
Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente
Especialista em Didática e Metodologia do Ensino Superior
MBA em Gestão Ambiental e da Qualidade (ISO 14.001 e 9.001)
Consultor Técnico em Geotecnologias
Geografia - Licenciatura


segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Um olhar geográfico sobre a cidade - Av. Beira Mar (Aracaju/SE)

Olá, após um hiato de publicações, o GEOSUS - Blog, apresenta nova série que abordará alguns olhares geográficos sobre estruturas urbanas de Aracaju/SE, sendo que, dependendo do ritmo que a vida levar, poderá ser estendido para outras cidades...

A primeira publicação desta série aborda um tema tanto quanto controverso que é a construção do empreendimento público "Calçadão da Praia Formosa", no bairro 13 de Julho, Zona Sul da capital sergipana. 

Este é um tema  assaz controverso porque de um lado se tem a posição clara da Prefeitura Municipal de Aracaju, de necessidade emergencial da obra de defesa litorânea da Praia 13 de Julho, e de outro o posicionamento da ADEMA (órgão regulador na área de meio ambiente no Estado de Sergipe), o qual afirma que a obra fora iniciada sem a realização de estudos de impacto ambiental, obrigatórios na fase preliminar do licenciamento ambiental, impossibilitando dessa forma a indicação do dano ambiental real gerado pela obra, gerando ausência de monitoração e acompanhamento da influência sobre o ecossistema dos estuários dos Rios Sergipe e Poxim, como também dos reflexos futuros nas áreas urbanas dos municípios de Aracaju e Barra dos Coqueiros.

O Projeto de Desefa Litorânea da Praia 13 de Julho, consistiu na construção de aterro dotado de um muro longitudinal e de uma estrutura de reforço, denominada "campo de espigões", que se estende do mirante do calçadão da Praia 13 de Julho até a rampa de pescadores, localizada no restaurante New Hakata e Iate Clube de Sergipe. Essa obra foi motivada pelos danos causados na estrutura urbana local, pela ação de correntes e ondas associadas ao tipo de sedimento formador do leito do rio Sergipe, indicando um possível avanço do mar nas faixas de passeio para pedestres e da pista de automóveis, uma das mais movimentadas da cidade. 



Antes de abordar os problemas decorrentes da obra e da desarticulação institucional entre município e estado, é importante frisar que a área objeto de obra é uma Paisagem Natural Notável de uso sustentável, criada pelo decreto 2.825/1990.

Os estudos elaborados tiveram como escopo a real necessidade da obra, tendo em vista a presença de diversas rachaduras tanto no muro de contenção da maré, como na faixa de passeio de pedestres e na pista de automóveis. Segundo palavras de uma das empresas consultoras do projeto, a Av. Beira Mar apresentava em diversos trechos uma série de manifestações patológicas em variados graus de intensidade, que poderiam ter sido causadas por falhas no projeto inicial, falhas na execução da obra, ausência de manutenção / manutenção inadequada ou eventos de causa externa. 

Aqui é importante lembrar que as rachaduras e problemas encontrados na via, poderiam ter diferentes causas, e que no projeto da Obra do Calçadão da Praia Formosa, apenas eventos de causa externas fora considerado como principal fator do desgaste, nessa caso, a ação da maré e de ondas. O estudo morfodinâmico indicou que a ação das ondas teria causado transtornos aos usuários do transporte público, pedestres, ciclistas e veículos, porque as ondas arrebentavam na muralha e o "spray" caía sobre as pistas e calçadas da Av. Beira Mar. Sendo esta a causa principal da fragilidade em que se encontrava a estrutura, porém não se sabia prever em que momento poderia ocorrer um acidente devido ao rebaixamento ou criação de cratera nas pistas e calçada.

Tendo em vista o caráter de emergência para realizar a intervenção de contenção da maré e das ondas, e utilizando do artifício legal em que se dispensa a autorização de órgão ambiental competente para a execução em caráter emergencial de obras de interesse da defesa civil destinadas à prevenção de acidentes em áreas urbanas, a Prefeitura Municipal decide tocar a obra sem apresentar Estudo de Impacto Ambiental necessário na fase preliminar do licenciamento ambiental.

Por conta disto, a ADEMA, decide perpetrar ação contra a Prefeitura Municipal de Aracaju, para embargar a obra, até que se apresente o Estudo de Impacto Ambiental da área, por se tratar de uma obra de alta complexidade, e por interferir diretamente no estuário de dois rios importantes o Sergipe e o Poxim. A ausência deste estudo incide diretamente na mensuração dos tipos de impactos causados pela obra.

Por se tratar de uma região extremamente sensível e dinâmica, possíveis riscos ambientais e graves repercussões não só a montante dos cursos d´água, como na margem oposta, que banha o município de Barra dos Coqueiros, foram destacados por diversos setores da sociedade organizada, e de certa forma esses fatores acabaram negligenciados na ausência do Estudo de Impacto Ambiental na fase preliminar do licenciamento da obra. 


Longe de finalizar o debate sobre esta obra, é importante frisar que a ausência do Estudo de Impacto Ambiental prejudica a análise da real dimensão que a construção do aterro implica nas áreas de manguezal, no regime de maré, navegabilidade, erosão costeira, obstrução da rede de esgoto e os impactos em áreas urbanas, principalmente no município de Barra dos Coqueiros, que passa a receber maior carga de sedimentos devido a construção do campo de espigões.

O questionamento que fica aqui é sobre a caracterização da necessidade de obras emergenciais (quando se torna emergencial) e como obrigar, mesmo em situações emergenciais, que sejam executados os estudos de impactos ambientais referentes aos possíveis danos ambientais causados. 

Qual é a medida certa entre o bem estar social e ambiental?

Impactos Ambientais perceptíveis na área:

- Supressão de manguezal
- Surgimento de banco de areia
- Descarte de lixo
- Despejo de Esgoto 'in natura'

Impactos Sociais perceptíveis na área:

- Valorização do espaço imobiliário
- Criação de espaço de convivência
- Distanciamento da maré e de ondas das vias


Descarte de Lixo

Supressão de Manguezal

Despejo de Esgoto 'in natura'

Poluição da Água


Até a Próxima!

MSc. Rodrigo da Silva Menezes
Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente
Especialista em Didática e Metodologia do Ensino Superior
MBA em Gestão Ambiental e da Qualidade (ISO 14.001 e 9.001)
Consultor Técnico em Geotecnologias
Geografia - Licenciatura



quarta-feira, 11 de maio de 2016

O Sensoriamento Remoto como Sistema de Aquisição de Informações

O Sensoriamento Remoto (SR) como afirmado no post anterior, tem o objetivo de estudar eventos, fenômenos e processos que ocorram na superfície do planeta Terra, a partir do registro e da análise das interações entre a radiação eletromagnética e as substâncias que o compõe em suas mais diversas manifestações.

Dentro dessa concepção, afirma-se que o Sensoriamento Remoto possui dos tipos de atuação:
1- Aquisição de Dados
2- Produção de Informações

Para a aquisição de dados o SR utiliza como principais ferramentas Fontes de Radiação, Sensores e Centro de Tratamento de Dados.
Já na produção de informações utiliza-se predominantemente o Processamento Digital de Imagens e o Geoprocessamento.

O SR engloba conhecimentos que abrangem a física do estado sólido, desenvolvendo semicondutores que possibilitou a substituição de Sistemas Fotográficos pelos atuais Sensores de Alta Resolução, identificando, a partir de satélites com orbitas em 400 km de altura, objetos menores que 50cm na superfície terrestre.

É importante salientar que, os avanços nas ciências (incluindo a física e química) foram incorporados às áreas de Eng. Espacial, Eng. de Telecomunicações e Eng. da Computação, fato este que contribui para o desenvolvimento de satélites de alta resolução e sensores, além dos sistemas de transmissão de dados.

Os Sensores são sistemas responsáveis por captar a energia dos objetos na superfície terrestre em um registro de imagem ou gráfico. Podem ser considerados como Sensores Passivos e Ativos.
- Sensores Passivos: Detectam radiação solar refletida ou emitida por objetos da superfície (dependem de uma fonte de radiação externa para que possam gerar informações sobre os alvos de interesse).
- Sensores Ativos: Detectam radiação refletida pelo Sol ou emitida pela Terra, possuem espelhos e lentes e são classificados como sensores ópticos.

O Sistema de Sensores pode ainda classificar-se em Imageadores e Não Imageadores. Os Imageadores produzem imagens bidimensionais e os Não Imageadores permitem medir a intensidade da energia proveniente de um objeto de estudo sem necessariamente produzir uma imagem. Como exemplo podemos indicar as Sondas Atmosféricas ou os famosos Sensores Radar.

Contudo, percebe-se que o SR é um sistema que engloba diversas áreas do conhecimento, criando a necessidade de trabalhos organizados com enfoque em equipes multidisciplinares. Em muitos casos, essas equipes contam com profissionais das mais diversas disciplinas do conhecimento, dependendo do enfoque do trabalho (Ex.: Licenciamento Ambiental, Geomarketing, Planejamento Urbano, etc.)

O atual desafio do meio técnico-científico que trabalha com SR é transformar as Informações Primárias (Dados Brutos) em Informações Qualificadas (Passível de ser incorporada pelos usuários), visto que cada vez mais é crescente a demanda por dados relacionados ao SR e Geoprocessamento. Como exemplo podemos evidenciar a quantidade de sites na internet de Instituições Públicas e Privadas que disponibilizam Geoinfirmações e Imagens de Satélites para seus usuários.

O GEOSUS - Blog continuará com mais postagens acerca do que é o Sensoriamento Remoto e suas aplicações.

Até a Próxima!

MSc. Rodrigo da Silva Menezes
Diretor Técnico e Científico - GEOSUS (Geotecnologia e Sustentabilidade)
Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente
Especialista em Didática e Metodologia do Ensino Superior
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quinta-feira, 28 de abril de 2016

Geoprocessamento e aplicações nos campos da Geografia

 “O que é Espaço Geográfico e Informação Geográfica? ”

01 – Princípios Básicos da Geografia

“A Geografia privilegia as configurações espaciais particulares de todas as espécies de fenômenos, ao menos daqueles que derivam das diferentes ordens de grandeza, às quais se referem implicitamente os geógrafos. ” (LACOSTE, 1929)

Segundo autores, o espaço geográfico pode ser definido em função de suas coordenadas, altitude, posição relativa e morfologia. Essa concepção indica que este espaço geográfico é um objeto a ser cartografado. Afinal, os termos coordenadas e posição relativa são intrinsecamente conceitos e ferramentas da cartografia.

02 – Informação Geográfica e Geoprocessamento

A noção de informação geográfica está vinculada à existência de objetos com propriedades à qual inclui-se a localização no espaço.

Modelos de Informações Geográficas são equivalentes aos modelos conceituais usados pelas pessoas para percepção de fenômenos geográficos na superfície terrestre. Formalizam que o espaço geográfico está disposto em partes, e visam analisar e comunicar os fenômenos identificados, em que os seus atributos podem ser descritos e mensurados, além do registro de suas coordenadas geográficas.

O objeto principal do geoprocessamento é fornecer ferramentas que possibilitem determinar as evoluções de fenômenos geográficos e suas morfologias ao longo do tempo. Considerando que esses fenômenos geográficos possuem relações com os mais diversos fenômenos e objetos do globo terrestre.

O Geoprocessamento tem utilidade para diversas aplicações, das quais, destacam-se:
a) Urbanas (cadastro, planejamento, ferramentas demográficas)
b) Agrícolas (agricultura de precisão, erosão de solos)
c) Geológicas (minerais, mapeamentos, petróleo)
d) Ecológicas (florestas, águas continentais)
e) Florestais (controle de desmatamento)

03 – Uso de Geoprocessamento na Geografia

Todas essas aplicações são objetos de estudo da geografia. Atualmente, por conta do uso disseminado de informações geográficas, vide aparelhos GPS, Google Maps, entre outras plataformas, a geografia passa a ter papel fundamental na geração de projetos nas mais diversas áreas do conhecimento.

Cabe ressaltar que ainda no Brasil temos um número insuficiente de profissionais analistas em geoprocessamento que são geógrafos por formação. É preciso disseminar ainda mais entre os profissionais da geografia as diversas possibilidades das ferramentas de geoprocessamento nas suas rotinas de trabalho. Seja este profissional da área de projetos e pesquisas ou da área educacional.

O Geoprocessamento tem uma relação especial com a geografia, assim como tem com outras disciplinas que lidam com a superfície terrestre, incluindo a Geodésia, Planejamento, entre outras. Porém, de acordo com LONGLEY, 2013:

“Os caminhos pelos quais o Geoprocessamento representa a superfície terrestre, fornece algumas pessoas fenômenos e perspectivas às custas de outros. (...) O Geoprocessamento força o conhecimento em formas que provavelmente refletem a visão da maioria ou a visão oficial de governos, e, como resultado, marginalizam a opinião das minorias ou dos menos poderosos. “

REFLEXÃO: A TECNOLOGIA PODE PARECER NEUTRA, MAS SEMPRE É UTILIZADA NUM CONTEXTO SOCIAL.

E a exemplo do que falava Yves Lacoste em 1929 na sua obra “A Geografia serve em primeiro lugar para fazer a guerra” (fica a dica de leitura!), em que a Geografia servia àquela época para o poder na ideia de gerar conhecimentos sobres diversos territórios, e atualmente, quase 100 anos depois, pode-se afirmar que o Geoprocessamento, assim como a Geografia, é uma ferramenta nas mãos dos já mais poderosos, sendo visto como um recurso que mantém o status quo em termos das estruturas de poder.

04 – A Neogeografia

Nos últimos anos, tem se popularizado o termo Neogeografia para descrever o desenvolvimento da tecnologia de mapeamento na WEB e de infraestruturas de dados espaciais que tem reforçado muito nossas habilidades em construir, compartilhar e interagir com a informação geográfica. Porém isto traz um desafio no que tange às ferramentas de geoprocessamento serem utilizadas de modo eficiente, eficaz e seguro.

Este é um novo conceito e os profissionais da geografia devem debruçar-se com maior ênfase para discutir avanços e possibilidades. Que essa Neogeografia não fique atrelada apenas ao desenvolvimento de tecnologias, mas que seja ferramenta de análise nos campos sociais, políticos, econômicos, ambientais, culturais e éticos.

Até a Próxima!!!

MSc. Rodrigo da Silva Menezes
Diretor Técnico e Científico - GEOSUS (Geotecnologia e Sustentabilidade)
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segunda-feira, 25 de abril de 2016

Princípios Físicos do Sensoriamento Remoto - Parte 01

PRINCÍPIOS FÍSICOS DO SENSORIAMENTO REMOTO

O Sensoriamento remoto é composto por um conjunto de interações:

1 – Interações entre Energia e Matéria
2 – Interações na região do visível e infravermelho do espectro eletromagnético
3 – Interações na região do infravermelho termal
4 – Interação na região de micro-ondas

NATUREZA E PROPRIEDADES DA RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA

A Radiação Eletromagnética (REM) é o meio pelo qual a informação é transmitida do objeto ao sensor. Trata-se de uma forma dinâmica de energia que se manifesta a partir da sua interação com a matéria.

A onda eletromagnética é a oscilação do campo elétrico e magnético segundo um padrão harmônico (o comprimento da onda eletromagnética é inversamente proporcional à frequência da radiação eletromagnética. Que neste caso se caracteriza:
+ Frequência / - Comprimento
+ Comprimento / - Frequência

“Como a frequência não se modifica quando a onda penetra, o comprimento da onda deve se modificar com a mudança na velocidade de propagação. A velocidade de propagação de luz no vidro é de aproximadamente c/1,5. Isto significa que ao penetra no vidro, o comprimento de onda se torna menor do que no espaço livre. A essa redução dá-se o nome de Índice de Refração (Ƞ). Os diferentes materiais que constituem a superfície terrestre possuem, portanto, diferentes Índices de Refração. ” (NOVO, 2010).



Ƞ = Índice de Refração
c = Velocidade de Propagação da Radiação no vácuo
m = Velocidade do meio

RESUMINDO:
Índice de Refração: O comprimento da onda é modificado ao entrar em contato com objeto, em relação ao comprimento que teria no espaço livre.


     Índice de Refração de alguns materiais comuns na superfície terrestre (no comprimento de onda ƴ = 589 nm).

MATERIAL
Ƞ (ÍNDICE DE REFRAÇÃO)
Hidrogênio
1,0001
Ar
1,0003
Dióxido de Carbono
1,0005
Água
1,333
Álcool Etílico
1,362
Gelo
1,31
Diamante
2,417

Ao conjunto de ondas eletromagnéticas que compõem o campo de radiação de um determinado objeto dá-se o nome de espectro. O espectro eletromagnético representa todo o conjunto de comprimentos de onda conhecidos que vão desde os Raios Gama até Ondas de Rádio.
O espectro eletromagnético encontra-se dividido em diversas regiões distintas. Essa divisão se dá em função de:

a)      Processos físicos que dão origem à energia
b)      Tipos de Interação
c)       Transparência da atmosfera

“ A atmosfera é opaca (sem qualquer claridade) em muitas regiões do espectro eletromagnético: Toda radiação de comprimento de onda inferiores a 0,3 Ƞm (Raios Gama, Raios X, Raios Ultravioleta) não é transmitida pela atmosfera. ” (NOVO, 2010)


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

NOVO, Evelyn M. L. de Moraes. Sensoriamento Remoto: Princípios e Aplicações. 4 Edição. São Paulo: Editora Blucher, 2010. 

Até a Próxima!!!!

MSc. Rodrigo da Silva Menezes
Diretor Técnico e Científico - GEOSUS (Geotecnologia e Sustentabilidade)
Professor Substituto - Faculdade de Interdisciplinaridade e Humanidades (FIH / UFVJM)
Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente
Especialista em Didática e Metodologia do Ensino Superior
MBA em Gestão Ambiental e da Qualidade (ISO 14.001 e 9.001)
Consultor Técnico em Geotecnologias
Geografia - Licenciatura