O GEOSUS - Blog apresenta para
você uma série sobre a História da Cartografia, baseada na cronologia Tempo -
Técnica, que destaca a evolução técnico-científica da Cartografia ao longo do
tempo, apresentando 5 (cinco) fases principais, destacadas como:
1 - Mapas Clássicos
2 - Era das Descobertas e Viagens
3 - Novas Direções e Crenças
4 - Mapas Temáticos
5 - Mapeamento Moderno
A ciência cartográfica está
diretamente vinculada ao processo evolutivo do homem, afinal a cartografia é
utilizada desde seu início para a compreensão do espaço geográfico,
evidenciando a visão de mundo ao decorrer da evolução humana.
A primeira fase da evolução
técnico-científica da Cartografia é conhecida como a Idade dos Mapas Clássicos,
que tem como referência temporal o Mundo Clássico dos Impérios Pré-Cristãos,
Babilônia, Persas, Gregos e Romanos.
Nesta fase, os mapas possuíam uma
variedade de funções, apresentando as diferentes visões de mundo dos antigos
impérios, em que descreviam os paraísos e as inúmeras crenças religiosas da
época. O uso da Cartografia para itinerários de viagens ou navegação
desenvolveu-se tardiamente e sua disponibilização foi efetuada secundariamente,
afinal as escalas de mapeamento e seus detalhes possuíam enormes limitações
inicialmente.
A grande dificuldade que os
pesquisadores em Cartografia Clássica enfrenta é a pouca disponibilidade de
material, transformando os mapas desta época em verdadeiros achados,
constituídos de enorme valor científico. Data-se de 7 (sete) séculos a.C. os
registros dos primeiros mapas clássicos, nos quais apresentam a Terra como uma
superfície plana, cercada por água que incluía os continentes da Europa, Ásia e
África.
Na Era Platônica (427 - 347
a.C.), os Gergos compreenderam que a Terra era um corpo esférico, e Aristóteles
(384 - 322 a.C.) analisou que era possível também dividir a Terra em zonas
climáticas, chamadas de Klimata
(Clima).
No terceiro século a.C. no Egito,
mais precisamente na Alexandria, existia um renomado centro de Estudos
Geográficos, conhecido graças a uma fabulosa biblioteca, e o seu bibliotecário
chefe, Eratóstenes (275 - 194 a.C.) escreveu um dos livros de vanguarda da
ciência cartográfica, intitulado Geografia, em que descreve e mapeia todo o
mundo conhecido à sua época. Eratóstenes utilizou a Matemática e a Geometria
para elaborar seus mapas. Além disso, ele calculou a circunferência da Terra,
afirmando que o seu valor era de 39.250 km; para se ter uma ideia da precisão
do seu trabalho, hoje este valor, desenvolvido por tecnologias muito mais
avançadas que as do seu tempo, é de 40.023 km, apresentando um erro menor que
2% do valor conhecido atualmente.
Posteriormente, os métodos
científicos de Eratóstenes foram adotados por Cláudio Ptolomeu, em seu próprio
livro, intitulado Geografia (150 d.C.), que listou coordenadas de 8.000 lugares
no mundo Greco-Romano, e indicando como uso a matemática e a geometria para
inseri-las numa grade de latitudes e longitudes, conhecida como Graticule
(Graus; Minutos; Segundos).
PARA ALÉM DA CIÊNCIA...
Em outros lugares, os cartógrafos
tinham pouco interesse em seguir a tradição grega, usando a ciência para
satisfazer seus objetivos. A
Tábula Peutigiana, por exemplo, apresenta uma
superfície distorcida do Império Romano. Outros mapas, de cunho religioso, usam
a Teologia para orientar-se, sem uso da Geometria.
Na China, As Cartas Astrológicas
tentavam apresentar como o movimento dos céus acima afetavam a humanidade
abaixo. Outros mapas chineses apresentavam uma grade de mensuração de
coordenadas sobre os mapas do Império, porém usavam-se cálculos completamente
diferentes daqueles utilizados pelos Gregos.
Alguns mapas da idade Clássica,
foram criados apenas para ser usado pelas elites sociais da época (Homens dos Impérios,
Estudiosos, Homens Religiosos), porém outros mapas foram elaborados para fins
mais práticos. No Mar Mediterrâneo, por exemplo, tanto os muçulmanos quanto
cristãos fizeram mapas de navegação tão somente visando garantir uma viagem
segura.
Esses tipos de mapas colocaram a
Cartografia num outro patamar de uso pela humanidade, refletindo em seus
documentos de um lado, a visão do pensamento humano à época, e, de outro lado,
contribuindo para a compreensão intelectual e expansão territorial de vários
tipos de sociedades, garantindo desenvolvimento e progresso ao longo do tempo.
ALGUNS EXEMPLOS DE MAPAS CLÁSSICOS
Hereford - Mapa Mundi
Babilônia - Mapa Mundi
Até a Próxima!!!
MSc. Rodrigo da Silva Menezes
Diretor Técnico e Científico - GEOSUS (Geotecnologia e Sustentabilidade)
Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente
Especialista em Didática e Metodologia do Ensino Superior
MBA em Gestão Ambiental e da Qualidade (ISO 14.001 e 9.001)
Consultor Técnico em Geotecnologias
Geografia - Licenciatura